quinta-feira, 30 de junho de 2011

Alfabetizando pelo Construtivismo

Alfabetizando pelo Construtivismo

1. A concepção de ensino e aprendizagem pressupõe que a alfabetização é um processo de construção conceitual, apoiado na reflexão sobre as características e o funcionamento da escrita: trata-se de compreender pouco a pouco as regularidades que caracterizam a escrita.


2. Os pontos de partida das situações de ensino são as possibilidades e necessidades de aprendizagem dos alunos, ou seja, o que de fato pensam e sabem sobre a escrita. Acredita-se que é isso que possibilita que a aprendizagem seja significativa.

3. O modelo de ensino apóia-se na capacidade do sujeito de refletir, inferir, estabelecer relações, processar e compreender informações, transformando-as em conhecimento próprio - ou seja, construir conhecimento.

4. Utilizam-se textos reais. O texto é o ‘lugar’ de aprender a ler e escrever e a reflexão sobre as regularidades da escrita é o procedimento básico requerido dos alunos.

5. As atividades apóiam-se no uso de procedimentos de leitura mesmo quando não se sabe ainda ler e escrever. Essas atividades (epilingüisticas) que permitem a leitura e a escrita de textos são tidas como atividades desafiadoras, isto é, que se configuram como situações-problema, em que os alunos precisam pôr em jogo o que sabem, para aprender o que ainda não sabem.

6. O alfabeto deve ser ensinado no começo do processo.

7. Ler é atribuir significado, e isso se dá pelo uso de estratégias de leitura (de decodificação, seleção, antecipação, inferência e verificação), a partir do conhecimento prévio e dos índices fornecidos pelo texto.

8. É possível ler quando ainda não se sabe ler convencionalmente – e que é fazendo isso que se pode aprender: os alunos são tratados como leitores desde que entram na escola.

9. É interagindo com textos reais, mesmo que não se saiba ler convencionalmente, que se aprende a ler diferentes tipos de texto e sua respectiva linguagem. A correspondência letra-som é um conteúdo fundamental, mas apenas um dos inúmeros conteúdos cuja aprendizagem é necessária para que se possa dominar progressivamente a linguagem escrita.

10. O planejamento deve ser feito em função de uma classe real — portanto, não é totalmente reutilizável de um ano para outro, de uma classe para outra.

11. Existem diferentes tipos de erros. Quando uma criança ainda não sabe ler nem escrever, os erros que ela produz são, em geral, erros construtivos e esses erros não se fixam. Além do que, crê-se que a correção deles é incompreensível para as crianças.

12. A classe deve ser heterogênea, pois a interação entre alunos com diferentes níveis de conhecimento favorece a aprendizagem e a circulação de informações.

Atividades Construtivistas de Leitura e Escrita
1. Apresentação do Alfabeto.
2. Testes de verificação de nível (a fim de saber em qual fase a criança se encontra).
3. Leitura de diferentes textos em atividades de epilingüística (rótulos, receitas, capas, cartazes, pequenos livros, textos de livros, cadernos, lousa, etc.).
4. Exemplo:
a) Leitura do Poema “A Foca”, de Vinícius de Moraes. Leitura da Parlenda “Cadê o Toucinho...”; Leitura da Parlenda “Um, Dois, feijão com arroz...”. Atividade: Leitura. Duração aproximada: 30 minutos; Desafios colocados aos alunos: 1. tentar ler, antes de saber ler convencionalmente; 2. estabelecer correspondência entre partes do oral e partes do escrito, ajustando o que sabem de cor à escrita convencional; 3. utilizar o conhecimento sobre o valor sonoro convencional das letras (quando já sabem), ou trabalhar me parceria com colegas que já fazem uso do valor sonoro (quando não sabem); 4. adicionar estratégias que permitam descobrir o que está escrito e onde está escrito.
b) Para se assegurar do sucesso da atividade proposta: 1. garantir que os alunos saibam o texto de cor (não a sua escrita, mas a sua forma oral); 2. se os alunos, de alguma maneira tiveram acesso ao texto escrito, certificar-se de que não o consultem, a fim de evitar que o decorem dessa forma, pois a atividade poderia se transformar em cópia (o que não é a proposta nesses caso); 3. sempre que possível, levar para a classe os livros de onde os textos foram transcritos, para que os alunos conheçam os autores ou portadores reais.
5. Prosseguir com atividades que permitam o conhecimento progressivo das relações entre o texto e código alfabético.
6. Utilizar textos reais em todo o tempo.

Fonte: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores "Letra e Vida", Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Educação, Módulo 1, 2005.
Fonte da Imagem:  http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/portaldoprofessor.mec.gov.br

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